segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
categorias: Poesias

Ana Maria Gumaraes Ferreira





Rio de Janeiro de frente, de costas, de lado para o mar

com tantos morros, eu morro de vontade de voltar para la

mas com tanto tiro, tanto assalto,tanto arrastão

eu já nem sei se te dou meu coração

Rio de Janeiro, que eu sempre hei de amar...

mas que como esposa traída e rejeitada abandonada,

sinto que fui destratada

deixastes os bandidos subirem o morro

e tomarem conta de tudo,

do nosso ceu

os fogos de artifício são balas de metralhadoras

e os canhoes de fogo são fuzis AR-5

Rio de Janeiro onde e como poder voltar?

Nem mesmo assim de costas para o mar para as montanhas,

para o céu, para o ar

Nosso céu sem estrelas poluído

As estrelas do mar, fugiram não são vistas

Parou o barulho das ondas que não são mais vistas

agora só ouço o barulho de tiros matando pessoas

Rio de Janeiro como posso continuar a te amar

se não posso mais estar junto a ti

se tenho medo de tua insanidade da tua loucura,

da tua beleza da sua velocidade da tua vaidade,

da minha cidade

Rio de Janeiro de belezas mil

tragada pelos bandidos virada covil

de ti não sobrou nada a nao ser retirantes,

assaltantes armas, munições, tráfigo,

fuzil gente perdida. gente que morre quieta

gente humilde, gente pobre, gente honesta

gente que não sabe como viver

e que luta desesperadamente para sobreviver



No meio de tanta desgraça meu rio se perde no mar

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