segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

REENCONTROS

REENCONTROS
Ana Maria Guimarães Ferreira


Reencontrar amigos da época de faculdade e poder rir, chorar, desenterrar lembranças dos momentos felizes, das brincadeiras na saída da Universidade, dos bares onde comíamos queijo parmezon como se fosse gorgonzola e dar gostosas risadas.

Reencontrar os amigos da infância e relembrar as corridas de pique – cola, as pipas soltas ao céu, as campainhas tocadas escondidas, o Cosme Damião que só no Rio de Janeiro, tem o ar de festa solene para qualquer criança.

Reencontrar um alguém especial que marcou minha adolescência, minha maturidade, meu sonho adulto de ser feliz passado que nunca virou presente, mas me deixou cheia de pensamentos de como teria sido se tivéssemos ficado juntos...

Reencontrar-me e reconhecer em mim aquela pessoa, aquela criança que fui e apesar de ver em alguns momentos que ajo como se fosse outra, desperta dentro de mim a Ana criança, brincalhona, amiga, cheia de sonhos, de desejos não realizados, de amores não acertados.

Reencontrar lugares de lembranças tão marcantes, lugares da infância, da adolescência, da idade quase adulta e sentir no ar o cheiro doce do passado e saber que reencontros sempre são carregados de boas histórias.

Reencontrar amigos, da escola primária, da faculdade, pessoas que o tempo encarregou de afastar, pois a cada um seguiu seu rumo, escreveu e continua a escrever sua história.

Recentemente encontrei uma amiga do ginásio, onde estudávamos no Colégio Dois de Dezembro no Méier.
Foi um reencontro facilitado pelo Orkut que me deixou feliz, emocionada.
Saber que ao começar a conversar pela internet, os espaços vazios deixados pelo passado perdido, foram se completando e de repente me vi dentro da vida da minha amiga, vivendo seus amigos, sua família. , sua história.

Fotografias foram trocadas, espaços foram sendo preenchidos com as recordações, pessoas que haviam sido deixadas na memória, de repente foram resgatadas.

Vinicius já dizia: ”A é a arte do desencontro e dos reencontros.”
Às vezes a saudade é tanta que nem e-mail nem telefone resolvem é preciso mais que isso. É preciso ver, sentir, tocar. É preciso abraçar, abraçar e ser abraçado. É preciso reencontrar, antes que o tempo se torne tão longe que a morte leve para bem longe dos nossos abraços aqueles que amamos.

Por isso preciso reencontrar a saudade, a dor da partida, a alegria da volta...
Preciso sentir o cheiro do mar, que vejo tão pouco e que está tão distante, o gosto de sal na minha boca, o cheiro da saudade do tempo bom.
Preciso reencontrar =me para assim reencontrar a Deus dentro de minha alma

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