domingo, 4 de janeiro de 2009

Crônica para todas as mulheres acima dos 40

Crônica para todas as mulheres acima dos 40 – mulh
categorias: Crônicas
Crônica para todas as mulheres acima dos 40 – mulheres do “enta”


Ana Maria Guimarães Ferreira




O que leva mulheres inteligentes e, se não tão belas, pelo menos não feias, a deixarem de se amar, a relaxar o corpo, a mente, o desejo inconsciente?
Queria que as mulheres ao lerem isso, acordassem, renascessem e voltassem a sorrir pelos olhos, irradiando simpatia e assim serem vistas pelos olhos da alegria.
Certa vez li num texto sobre admiração, respeito e confiança. Eram à base do amor.
Como alguém pode admirar o outro, respeitar o outro e confiar no outro sem se amar primeiro? Como admirar um corpo disforme, um ar envelhecido com jeito de intelectual em fim de carreira?
O trabalhar em excesso é uma fuga para algumas mulheres.
Ocupam seu tempo, já que não tem tempo para elas, não querem sentir a culpa de ver o tempo sobrando e não se cuidar. Unhas descamadas, roupas mal jambradas que realçam a gordura e escondem as poucas curvas.
Trabalhar até a exaustão para que todos vejam nela a mulher incrível responsável, que cuida de tudo e de todos, menos dela.
Que no fundo gostaria de ser irresponsável de trabalhar menos de ficar doente, de sentir-ser gente.
O que leva milhares de mulheres a sentir solidão ao lado do parceiro
A sentir insegurança.
Medo desejos incontidos que a levam a fuçar roupas, malas, salas em busca da possível razão para o descaso do parceiro.
Ou será descaso de si própria?
Dizem que os homens de 40 entram na idade do Lobo, onde buscam garotinhas, mulheres pouco inteligentes, mas de ótimo visual para ostentar agredir e se afirmar.
Essa afirmação voltada para o lado ou aspecto sexual, faz dele o centro das atenções. Invejam sua falsa coragem de buscar uma amante, jovem, bela.
O homem depois dos 40, não quer ser chamado de senhor, há, contudo no seu intimo, um desejo incontrolável de ser senhor de alguém.
Mas ser chamado assim, da ares de velhice e o homem de 40 busca a criancice.

Na mulher, a idade da Loba, ate por convenção social exclui a hipótese de interesse sexual principalmente nos homens jovens.
A mulher madura se vista com um jovem é tida como hebefrenica, louca desvairada ou tarada.
A chamam de inconseqüente, que deve estar sustentando o ‘ cliente’ mas não passa pela cabeça de ninguém o valor do amor.
Mulher de 40 não ama - VIVE!
Não tem desejos sexuais - reprime!
Não tem chances de encontrar um parceiro extra conjugal – é imoral!
E as próprias mulheres, companheiras de infortúnio, são as primeiras a cair em cima, a criticar, a fofocar, a não acreditar ou quem sabe?
Por inveja, acham tudo impossível, inclusive que essa mulher quarentona, possa despertar a paixão de qualquer homem.

Assim, a idade da loba passa solitária, vazia, fugidia. Assim a mulher perdida entre anseios, desejos e medos fica confusa, insegura e recalca o amor, sublima a dor do abandono e busca nos trejeitos da juventude, a reencarnação da juventude.

Sentir ciúmes é sentir-se viva, jovem, insegura, precisando de amparo apoio e compreensão. Nessa hora sim, surgem as aliadas.

Mulheres solitárias, mal amadas que apóiam a decisão de mudanças radicais e ai sim, de depois da reforma constitucional do corpo e da mente, se permitem ser coniventes com a traição.

Mas se a mulher se modificar a ponto de incomodar. São elas as falsas amigas, as primeiras a reclamar. E criticam, contam as intimidades, as dores, as raivas, as mágoas e pedem imediatamente o impeachment da nova mulher que surge não ao acaso, mas por acaso.

A mulher que busca o respeito e não se respeita, não pode respeitar ou se fazer respeitar. Aquela que aceita os bilhetes do amado para outra, que aceita seu terreno ser invadido, sua liberdade questionada, seus limites invadidos, não pode dizer que se ama. Na verdade se odeia, se culpa.

Culpa-se por ter engordado ou emagrecido demais, culpa-se de ter relaxado deixando tudo de bom para os seus. Culpa-se por não ter coragem de romper essa relação falsa, sem consistência sem lealdade. Culpa-se por ser mulher e ter nascido mulher.

A mulher que não confia no seu carisma, no seu jeito simples de ser, de conquistar não pelo belo, mas pelo que mostra ser. A mulher que não acredita na sua força interior, na experiência de vida, que a coloca em posição privilegiada perante tanta jovenzinha linda, formosa, mas vazia. A mulher que não crê que é capaz de ter, obter o que pretende e prender um ser tão frágil como o homem, não pode inspirar o sentimento de confiança, pois internamente não confia nem em si mesmo.

Mulheres buscam sempre respostas prontas, formulas mágicas que da noite para o dia salvam casamentos, transformam sapos em príncipes, gatas borralheiras em Cinderelas .

Esquecem-se que o mágico mora em cada uma de nós. O simples fato de viver é um milagre e como acredito neles acho que o despertar do mágico adormecido é questão de vontade própria.

Basta canalizar a raiva, a mágoa, a frustração, o rancor, o sentimento de abandono em coisas construtivas para você só para você e egoisticamente pela primeira vez na vida.

Finalmente amar você!

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