sexta-feira, 5 de março de 2010

OS AMORES QUE EU VIVI

Pensei em todos os amores que já tive e de cada um ficou uma lembrança gostosa de passado.
Meu primeiro amor, era o reflexo do amor criança,do amor adolescente. Hoje ele é medico pediatra e vive dentro da Amazônia e nem sei se lembra de mim. Mas eu lembro dele. Foi a minha primeira traição e o que o afastou de mim. Uma traição infantil que não deixaria marcas profundas apenas arranhões mas que não foi perdoada.Com ele aprendi que Homens não sabem perdoar....
Meu segundo amor era de Ouro Preto e foi o motivo de minha separação do amor criança. Hoje Engenheiro aposentado, professor e fazendeiro. Cheio de filhos que não dei até porque naquela época a ele eu não me dei.Mas eu tinha um pressentimento que não tinha acabado e que amores mal resolvidos era coisa do passado. Com ele aprendi sobre determinação, entusiasmo, garra e luta por aqueles que queremos.
Meu terceiro grande amor era um Psicólogo assim como eu porém mais maduro que eu, mais vivido .Com ele aprendi muitas das coisas que sei mas aprendi também que os homens dizem aquilo que queremos ouvir mas que lhes falta a coragem de decidir. Dele me lembro sem muita saudade.Me fazia lembrar de homens fracos, sem determinação, sem coragem.
Meu quarto grande amor também era advogado e hoje vive em Teresópolis cercado de filhos. Foi um amor maduro, sentido,daqueles que a gente tem a certeza que é para sempre. Com ele eu escalaria montanhas, subiria penhascos e sem medo porque tinha ele o dom de me fazer sentir segura e amada. Com ele aprendi o sentido real de sentir-se amada. Dele me lembro sempre com muita, muita saudade. Foi o único amor altruísta que verdadeiramente conheci mas que pela minha inexperiência deixei-o ir.
Meu quinto amor também era advogado e hoje mora não sei bem aonde mas não o sinto feliz. Faltou-lhe coragem e determinação para escolher o caminho certo. Me deu tudo o que alguém deseja, me deu AMOR, me deu carinho. Me deu filhos, me deu os netos .Dele me lembro com carinho e deixei-o ir-se porque ele vivia na Terra do Nunca e eu não conseguia mais voar com ele e nem conseguia viver na Terra dos Meninos Perdidos. Ele não cresceu eu cresci.Ele continua perdido e eu me achei na vida. Mas dele guardo as mais doces lembranças e o sabor dos mais amargos remédios.
Meu sexto amor e talvez o último foi um retorno ao passado e com ele revivi as doces lembranças e o carinho infantil na idade adulta. Ele conseguiu me fazer voltar, não na Terra do Nunca pois ele nunca viveu ali, mas à adolescência onde eu me sentia linda, feliz, satisfeita e alegre. Com ele aprendi a ver que nem tudo o que parece é e que uma vez girada a Roda do Tempo não conseguimos recuperar o que passou. Ficou a doçura do abraço, ficou o gosto de pizza nos meus lábios, ficou o gosto o amor nos meus braços. Gostaria de terminar minha vida em seus braços,sentindo-me protegida, amparada , amada e cuidada. Não sei como ele esta ou como vive ou onde vive realmente. Mas no meu coração ele vive e mora , aluga todos os quartos das minhas recordações e me deixa a sensação que nas noites que me acho sozinha e desprotegida, ele esta por ali, cuidando. Dele sempre me lembro e nunca esquecerei o sentido da palavra - SAUDADE

Foram esses os amores que eu vivi

TUDO O QUE QUERIA FALAR

Não sei se quero dizer tudo o que sinto agora, mas sei que preciso esvaziar um pouco do sentimento que me sufoca e me amedronta.- estar só.
Chego em casa, abro a porta e ninguém me espera.
O telefone esta mudo.
O computador não me completa -Preciso de alguém com quem falar alguém que responda as minhas perguntas mais tolas, alguém que me de bom dia. - alguém com quem falar e ouvir.
Passeio pela casa que permanece arrumada pois se ninguém vem não tem como bagunçar,sujar.
Descubro enfim que não há muito o que fazer.
Tomo banho, troco a roupa, telefono para amigas que coincidentemente não estão. A televisão não traz nada de novo a não ser tragédias, mortes, terremotos, malversações do dinheiro público....assaltos, sequestros...tuo o que eu não quero ver nem ouvir, nem saber porque me angustia, me causa uma sensação terrível de abandono.
Minha mãe mora longe, os filhos estão longe, os netos idem.
Não existe um grande amor para viver e nem um pequenino amor para sobreviver.
Não existe um convite que me agrade de tomar um chopinho, jogar conersa fora.
Não me interesso mais por ir cantar no karaokê. Acho que descobri que canto mal e não quero ouvir minha voz desafinada.
Então penso na vida e descubro que é tudo igual e que me aporrinho por nada. Tem aqueles que tem companheiros mas que estão um em cada canto da casa, isolados e perdidos mas morando juntos ou dormindo juntos mas cada um numa estrada empoeirada da vida carregando suas trouxas cheias de lembranças.
Tem outros que moram ainda com os pais mas que esperam a oportunidade de terem sua casa, suas coisas e que acabam morando num quarto da casa e acham que estão felizes mas carregam também mochilas de desejos nao realizados, de planos nao concretizados de ideais não atingidos.
E assim, paro de pensar que me cansa mais do que ficar na falta do absolutamente.
Descubro um jeito só meu de ver a vida de outra forma - escrevendo e quando jogo fora todas as coisas que me sufocam , me refaço e do nada faço surgir uma nova mulher que ainda tem tempo para o tempo de sonhar.
E mergulho nas cobertas de minha cama, coloco a cabeça no travesseiro que já tem a minha forma e me deixo enfim dormir e sonhar e saber que amanha é um novo dia e que eu estarei ali para viver uma nova historia.
Isso é tudo o que queria dizer