quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Guerra domiciliar


A GUERRA DOMICLIAR

O campo de guerra estava delimitado. Banheiros e cozinha. Tudo pelo hidrômetro individual.
O exercito era composto por pedreiros, gesseiros e bombeiros. Quando eles entraram em meu apartamento eu saia para o trabalho e meu amigo que ia viajar só a tarde ficou em casa para poder supervisionar o serviço.
Imaginei a cena: a TV ligada e meu amigo deitado, vendo filmes e nem si quer lançava um olhar ao que sucedia no resto da casa.
Quando cheguei do trabalho meu amigo já tinha ido e ao abrir a porta senti-me em pleno Iraque onde tudo havia sido destruído. Imaginei homens bomba sendo lançados pelos banheiros e a marca da guerra estava nos pés deixados em um caminho que circulava do banheiro a área de serviço de la pela cozinha e depois passando pela sala e retornando ao banheiro.
Eram varias pegadas de diferentes tamanhos, brancas umas de tênis que consegui diagnosticar e outras de sandálias havaianas... mas elas marcaram o inicio da guerra entre eu e a empresa e o condomínio.
Ao abrir a porta do banheiro quase não encontrei o vaso debaixo de tanta poeira branca... minha sanca linda. morria desfalecida e quebrada ao redor do banheiro. Meus ladrilhos lindos e brancos - e estavam alquebrados, quebrados e debaixo deles pude ver um cano enferrujado minando água.
O quartinho de passar roupa que servia de conduto entre o banheiro social, o de serviço e a cozinha mostrava-se com um imenso buraco de onde eu via o banheiro social e com canos marrons contornando tudo e aparentes- qualquer decoradora teria tido uma síncope.
Quando imaginei que já tinha visto tudo deparei-me com o quarto de minha irmã e lá vi uma alegria para qualquer yoyer-um buraco imenso que quem estivesse no banheiro achando que estava resguardado teria uma surpresa. Poderia ser observado ao tomar banho e quiçá ao usar o vaso.
IMAGINEI a cena os pedreiros caindo de boca na picareta, martelo e qualquer objeto que destruísse as paredes tentando encontrar o cano do banheiro e finalmente devem te-lo encontrado porque ali estava ele exposto a dor e ao sofrimento sendo visto nu num quarto feminino...
Olhei no parapeito da janela e debaixo de um quilo de pó elas estavam ali semimortas -violetas
Foram dois dias de horror ate que eles disseram que os dois banheiros teriam que ser trocados a válvula, o registro e qualquer outra peça, pois eu já não ouvia mais nada e sentia ganas de voar pelo pescoço deles e estrangulá-los. Eram cinco e meia de uma sexta feira e eu fiquei sem dois banheiros até o dia seguinte as 4 da tarde...sem água,sem banheiro, totalmente zen...zen nada
A guerra ainda não acabou houve uma pequena trégua, pois a cavalaria do cimento e a do gesso buscam horários para tapar buracos e fazer as ancas enquanto eu vou através de massagens tentando desestressar para dar inicio a segunda e última fase.
Hidrômetro individual; maravilha, mas sem guerra... porque assim não agüento

Nenhum comentário:

Postar um comentário