quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SOBRE A ALMA DOS CARROS






Esses dias, minha amiga me dizia que ia vender seu carro pois pensava em trocá-lo por outro mais novo.
Já tinha feito todos os consertos pequenos de lataria e o que mais fosse preciso,.para valorizar mais o seu Fiat uno e toda feliz anunciou:
-Amanha coloco o carro a venda.
No dia seguinte de manhã quando saia para trabalhar, vejo-a às voltas com o carro que havia disparado o alarme e não tinha quem fizesse o mesmo calar-se.
A situação parecia engraçada –Ela desesperada e o carro aos gritos como se pedisse socorro ou dissesse:
- Você não vai me vender.....
Refletindo sobre essa situação lembrei-me que sempre acreditei que os objetos carregassem a energia dos seus donos e assim fui desfiando o véu de minhas lembranças.
Me lembrei de um Carro Apolo que eu tinha quando morei no Acre e que era o maior sucesso. Com a traseira empinada o carro era muito bem cuidado por mim e todos queriam compra-lo e eu sempre refutando a venda.
Um belo dia vendi-o. O comprador todo satisfeito foi-se com meu Apolo. Senti um aperto no peito quando o vi dobrando a esquina.....
Cinco dias depois encontro o dono do carro e imediatamente quis saber do carro pois o mesmo não estaca com ele ; Ao que ele exclamou:
-Puxa dona Ana... O Apolo? Fundiu o motor dois dias depois que o comprei.....
Imaginei que uma forma de suicídio de um carro deve ser mais ou menos assim.,.....Fundir o motor – ataque cardíaco!
Depois foi a vez de uma variant que levou a nossa família para cima e para baixo. Era muito querida por nós.....
Meu marido um belo dia começou a elogiar uma Veraneio, que ela era maior, cabia mais coisas etc. e tal.
Naquela noite ao voltarmos para casa eu , meu marido e meu filho de 1 ano, sofremos um acidente besta num cruzamento, o carro bateu num poste sem que pudéssemos explicar como. Ninguém sofreu absolutamente nada nem meu filho. Mas o carro? Perda total
SUCIÍDIO? Sentimento de rejeição? Sei lá.
Sei que agora comigo quando vou trocar de carro, antes tenho uma conversa de pé de orelha com o carro e explico as razões da minha troca.....
Coincidência ou não dá certo.

Um comentário:

  1. Muito interessante!
    Já senti várias vezes esse sentimento de perda, na troca dos objetos queridos.
    Deve ocorrer o mesmo com eles.
    Adorei a crônica
    Bjs,
    ADIR

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