terça-feira, 7 de abril de 2009

AS DORES DA ALMA E A SAUDADE


Ana Maria Guimaraes Ferreira


Existem muitas formas de se sentir as dores das perdas de amores : o amor do amante, amor da mãe, amor do amigo, amor do filho... são tantos que paginas inteiras seriam necessárias para se colocar aqui essas dores e os tipos delas.
Muitas vezes sentimos a dor da perda de todas as relações: quando perdemos o amante que nos trazia sentimentos tão doces.
Quando o filho que tanto amamos parte para lugares tão distantes que temos a nítida sensação de que nunca mais o teremos, que nunca mais faremos parte do seu coração.
Quando ele cresce e com as asas de anjo, nos deixa e vai construir seu novo ninho e lá abrigará seus filhotes. Parece que ele voará e nunca mais voltará. É o que dizem ser a síndrome do ninho vazio.
Quando o amigo que tanto estimamos, se torna injusto, cruel e que deixa de gostar de nós e se vê como um inimigo não nos dando a chance de mostrar o quando ele esta errado em nos deixar ir.
Olhamos para trás e lembramos-nos das vezes em que juntos superamos obstáculos, erguemos do chão as mágoas e dores de cada um. Quando lembramos o quanto o amamos, quantas vezes o perdoamos e quantas vezes procuramos ser justos...
Quando a mãe que amamos nos deixa desamparados e sós e parte para outro plano e temos a certeza de que nunca mais a veremos, nunca mais teremos seu colo amigo, suas palavras reconfortantes, seu abraço eloqüente,...
Só lembramos-nos das cores fortes do arco-íris que ela pintava para nossos olhos.
São dores tão fortes. São as dores que nos obrigam a ver que nunca mais teremos o outro ou que será difícil o termos de novo do jeito que era.
Nosso amor parece que fica embrulhado num pedaço de jornal velho e rasgado cheio de noticias dos tempos que vivemos... cheios de saudades.
Não conseguimos ver mais nada, não enxergamos nada. O escuro se abate sob nossos olhos e só enxergamos a escuridão. Parece que nunca mais o sol vai brilhar, parece que o tempo se estica cada vez mais e fica mais e mais comprido, aumentando assim a distancia que nos unia...
E dá uma saudade doída, uma saudade que corrói, que machuca, que dói.
Uma saudade de querer ver de novo, de querer sentir bracinhos infantis a volta do nosso pescoço, de braços adultos que nos fazem sentir seguras e protegidas, de mãos amigas que nos ajudem a levantar quando caímos e machucamos e que curam a dor tão doida, que curam a ferida sentida...
Uma saudade tão grande que machuca como um punhal que corta em pedaços o nosso coração.
As dores são muitas, mas todas doem profundamente e deixam marcas que nem o tempo destrói...
Dores do corpo, dores na alma. Feridas no coração que sangra e que nunca estanca o sangue.
Saudade da poesia do amor do amigo, do amante, da mãe. do filho........saudade só saudade...

Um comentário:

  1. Ana Maria:
    Muito lindo este texto!
    Aproveito para agradecer por todas as suas participações no Dueslos durante este período em que não pude agradecer a vocês.
    Valeu Mesmo!
    Abração!

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