quinta-feira, 30 de abril de 2009

MUDANÇAS JA1

Ana Maria Guimarães Ferreira


Hoje vendo a TV, como sempre me estresso, ao ver a nossa política para adolescentes infratores.
Matam, violentam,deixam familias de luto e no fim... são presos e soltos.
Vejo a policia querendo prender bandidos e pela lei mal feita tendo que soltar.
Vejo filhos matando pais, pais matando filhos e tendo como justificativa imbecil que não os queria deixar ficarem aqui sofrendo,
As pessoas estao perdendo muita coisa, emoções, afetos, valores.
A TV e a internet as vezes são entre outras coisas escolas boas e escolas ruins.
A cadeia muitas vezes serve como uma grande escola de formação de marginais - Aprenda a ser ruim ou morra!
E me lembrei de um caso e Brasilia de um homem que foi ao Parque da Cidade e vendo patos nadando achou mais que lógico que levasse para sua casa com certeza para servir de jantar.
Evidentemente que foi preso e pela Lei -Que lei é essa senhor? - preso por roubar um pato - inafiançavel segundo o IBAMA.
Ele com os patos debaixo do braço o olhar faminto e a desculpa que ia criar os patinhos.....
Mas cade uma lei como essa que fosse inafiançavel quando o cara rouba, mata, estupra e violenta os patos que somos nós?
A esses uma lei branda - reu primario endereço conhecido........ Acho que deviamos inserir o ser humano na lista de animais em extinção e aplicar a pena inafiançavel para quem rouba ou mata o outro ser humano.
Acho que deviamos rever nossas leis- Afinal temos tantos deputados, senadores, ganhando MUITO BEM e que podiam fazer seus deveres com mais frequencia e frequentar mais as sessões "escolares" e apressar os resusltados.
QUEM ROUBA UMA GALINHA É PUNIDO
QUEM ROUBA UMA VIDA é premiado principalmente se for menor infrator


VAMOS FORÇAR ESSES NOSSOS PARLAMENTARES ELEITOS POR NÓS A TRABALHAR EM PROL DOS CIDADÃOS DECENTES E NAO EM PROL DOS DELINQUENTES

domingo, 19 de abril de 2009

ONDE ANDA VOCE?


Ana Maria Guimaraes Ferreira


ONDE ANDA VOCE?

Não te procuro mais,
Não telefono mais para ti
Não mando mais e-mails
Para que?Você não atende
Não responde
Não manda noticias

Prefiro imaginar que estas
Morto
E assim sofrer como viúva
Que sou deste nosso amor
Difícil acreditar
Que não queres mais me ver
Me ouvir
Nem no skype
Sem câmera
Ou no MSN
Digitando

Não quero crer
Que aquele amor imenso
Aquele amor tão louco
Que nos fazia perder noites de sono
Na internet da vida
Tenha desmoronado
Que você tenha dado
Um delete na minha imagem
Que tenha me colocado
No arquivo morto
Da tua vida

Assim prefiro crer
Que estas morto
Pois se vivo estivesses
Com certeza ...Virias correndo
Para meus braços

quinta-feira, 16 de abril de 2009

FOTO AMARELADA









Ana Maria Guimaraes Ferreira




Mexendo nas gavetas para jogar fora as coisas que não mais eram úteis,ela caiu aos seus pés: uma velha foto amarelada, sépia.
Olhou de relance e ia deixar ficar ao chão, mas algo a fez retroceder, abaixar-se e pegar a velha foto e olhar novamente, com calma, devagar.
Lembranças são para serem saboreadas vagarosamente. Olhou e o que viu trouxe um sorriso espontâneo em sua face franzida.
Era ela mesmo aquela menina magricela, de pernas longas, quase sem busto, vestida num maiô de corpo inteiro, com um cabelo a la Joãozinho( moda da época) com aquele chapéu engraçado e aquela cara de mistério?
E para quem ia aquele sorriso misto de amor e de carinho? Olhou para o outro canto da foto e ali estava ele: a razão do sorriso. Seus olhos viajaram na fotografia e ela viu aquele rapaz franzino, de cabelos claros e gandes olhos fixos e notou que ele tambem sorria de outro ponto da foto.
Voltou ao tempo da foto e sem querer, viu-se em Paquetá. Sim era ali que a foto havia sido tirada. Ilha de Paquetá - Rio de Janeiro.....
Praia mansa, sem ondas, sol não tão escaldante como agora (seria por causa das árvores ou por causa da camada de ozônio de hoje?)
Conseguia captar no olhar dos dois o amor adolescente. Um jieto maravilhoso de falar pelo olhar, de expressar ternura sem tocar, de querer sem se dar.
Ouvia os risos, sentia as ondas pequeninas roçando-lhe os pés. Águar morna, areia clara....
Sorriu ao ver o maiô "engana mamãe" : na frente corpo inteiro, de costas duas peças.
Nada de biquinis provocantes ou insinuantes com bundas à mostra.
Não: tudo era para que a imaginação funcionasse : acho que por isso éramos mais criativos no amor. Um simples pegar uma mão na outra trazia a sensação de extase. Um beijo roubado nossa era a glória!
Não tinhamos o "ficar" o "ficante" tinhamos o namorar, o amante, o apaixonado, o enamorado.
Curtíamos piquenique em Paquetá, na Praia da Urca, na Praia Vermelha, na Quinta da Boa Vista.
Adorávamos a sessão da tarde no Cinema Carioca onde tinhamos nossas pequenas paqueras que muitas vezes nos seguiam de ônibus ate a parada de nossas casas.
Nada de shoppings, nossos passeios eram ir a Praça Saens Pena .
Tinhamos os bilhetes trocados nas salas de aula escondido dos professores, dos inspetores.
Era perigoso ter namoradinho na sala e trocar bilhetes. Sempre tinha o inspetor que fiscalizava. Era perigoso e ao mesmo tempo excitante.
Se o inspetor pegasse eramos levados à diretoria e nosso pais eram convocados via a caderneta escolar.....
E as cartas de amor? era maravilhoso escrever para namorados distantes. Existia ate o casamento por procuração e os namoros via fotonovelas. Jovens da AMAN e da EPCar se correspondiam com as moças e as vezes um amor nascia pelas letras das cartas.
Assim cada vez que o moço do correio chegava era um Deus nos acuda. Todos queriam saber se a carta esperada tinha chegado. Sempre era uma emoção ou do amor correspondido ou do caso terminado.
Tinhamos os bailes de formatura onde orquestras tocavam musicas lentas e noos obrigavam a sentir o parceiro tocando em nossas cinturas, seu cheiro, as vezes um beijo roubado, escondido camuflado nas barbas que começavam a nascer.
Era pura emoçao os preparativos para o baile,os cabelos, a roupa, os vestidos rodados a rodopiar pelo salão e assim chamar a atenção para aqueles que sabiam dançar bem o bolero.
Para quem tinha graça nos pés, ritmo no corpo e frescor nos rostos.
Tinhamos olhares trocados, sorrisos disfarçados, e um amor tão puro como as letras das músicas que embalavam nossos sonhos.

Tudo isso foi revivido em instantes, por causa de uma fotografia amarelada, que por pouco, muito poouco não ia para o lixo.

AMOR EM DOSE DUPLA








Ana Maria Guimarães Ferreira

Queria te contar que estou muito feliz com sua vinda. Não sei se saberei te fazer entender o quanto já és importante em minha vida.
E eu que não tinha nada, apenas a esperança de que um dia você viria, de repente recebo a noticia em um bar movimentado, que você ia chegar.
Sua mãe trouxe-me os seus sapatos - pés sempre foram sinônimos de segurança..... sapatos então que protegem os pés me dizem que são a proteção, a segurança da segurança.
Junto com os sapatos havia um bilhete de três frases curtas, mas que soaram a meu ouvido como um côro de um canto gregoriano: Música, Imagem, magia, iluminação.
Poesia, amor, emoção.
Tudo isso passou por mim em instantes e me fez tão feliz que se eu nao estivesse ali no meio de um bar, teria gritado -Eu sou feliz!
Sua mãe estava radiante e seu pai com um ar de rei como se me dissesse:
-Não te falei que ele viria?
E eu ali no meio das mesas do bar me senti, rainha única e poderosa diante das minhas amigas...
Eu ali é que reinava pois você estava vindo.
Sorri o sorriso dos vencedores .
Eu teria você em meus braços, poderia curtir o tempo que eu quisesse.
Iria cobrir você de beijos, e a noite falaria para você só para você, no seu ouvido, sussurrando como foi o meu dia até sobre a saudade que eu viesse a sentir de você.
Lembrei dos meus planos para quando você chegasse assim como seu primo.
Iríamos passear, acampar, escalar sonhos, curtir locais novos, ver cores e o arco-iris e ir atrás do pote de ouro que existe no final de cada um deles.
Com certeza alguém terá ciumes do nosso amor, mas o que importa isso?
Não sou egoísta, posso até aceitar que me rotulem de ciumenta e carente mas egoísta nunca!
Lógico que se voce deixar de me ver, de me procurar, de me telefonar, de me visitar, morrerei aos poucos de ciumes mas mesmo assim nunca deixarei de te amar.
Fico sonhando com a cor dos seus cabelos, com a cor dos seus olhos, com o seu jeito de ser.
Fico imaginando o seu sorriso como aquele riso cristalino que sem querer coloquei no meu celular.Acho mesmo que foi ele que te chamou para mim.
Acho que Deus ficou com pena da minha solidão, dos meus desejos e dos meus sonhos e os transformou em realidade.
Acho mesmo que Êle ficou com tanto dó que resolveu me dar em dose dupla o que eu tanto queria e assim eu não podia reclamar nem questionar e só teria que ter tempo para amar e não poderia dizer que estava me sentindo sòzinha.
Você estava ali pronto para me receber, para me amar.
E eu ali ansiosa esperarei o tempo previsto para ouvir o seu primeiro choro. Acho mesmo que o primeiro choro será assim:
- Cade a vovó Ana?
E depois, o primeiro riso, a primeira gargalhada aquela que trará de volta a alegria de um passado distante onde eu ouvi a gargalhada primeira de sua mãe.
Também poderei estar presente quando você for para a Escola e na porta se chorar, tentarei convencer sua mãe a deixá-lo voltar. Se não der certo, fico ali esperando por voce para que voce saiba que não esta sozinho.
Estarei por perto quando as gengivas coçarem e incomodarem e te dizerem chorar - talvez um dos seus primeiros contatos com a dor.
E pelo método antigo, coçarei com a chupeta,ou com brinquedos de borracha ou outro brinquedo macio
Estarei tambem por perto quando o dentinho romper as gengivas e sair aquele pontinho branco que será a alegria de todos
Estarei por perto quando voce estiver crescendo, amando e sofrendo.
Terás meu colo para as dores das palmadas que porventura vieres a receber.
Terás meus braços para te ampararem quando iniciares os primeiros passos e tiveres medo de cair.
Terás meu colo para as febres infantis que quiserem te incomodar e te abater.
Terás meus braços para te receberem sempre que quiseres ir para a casa da VOVO - onde tudo pode.
Terás meus sonhos, meus olhos atentos ao menor sinal de tristeza tua e se preciso me transformarei em palhaço, mágico, ator ou dançarina e o que preciso for para trazer de volta ao teu rosto o teu sorriso maroto.
Terás meus ouvidos atentos a todas as tuas causas e que podem te fazer crer que sempre terás alguém disposto a te ouvir.
E terás acima de tudo essa avó coruja e que pretende ser se possivel a avó que todos os netos sonham em ter : aquela de colo macio e olhar terno,aquela que sobra paciencia e tem um colo alcochoado.

E mais do que tudo isso terás sempre em mim muito mais do que uma simples avó - terás uma eterna amiga!

Sua avó ANA

quarta-feira, 15 de abril de 2009

FICAR ASSIM NUA.....





Ana Maria Guimarães Ferreira


Como é difícil me deixar descobrir
Escondo minhas fraquezas
Escondo meus medos
Escondo meus desejos
Escondo meu amar

Como é difícil
Me por nua
à prova tua
e deixar que descubram
Em mim uma mulher
cheia de timidez
de pudores
de receios
uma mulher ciumenta
humana, carente

Como é difícil me fazer entender
sem me descobrir
sem me deixar ficar assim
tão vazia, tão tua
Então
encubro minhas dores
as coisas boas e más
Debaixo do cobertor da fortaleza
que finjo ser
essa é uma pequena fraqueza
que tenho e teimo em esconder
debaixo do olhar sério
está a lágrima escondida
debaixo do sorriso solto
esta a menina medrosa
que aceita e permite
ser usada,
escondida
remendada
nos poucos momentos de amor

Como é difícil
mostrar-me como sou
Para você!

COMO ESTA VOCE?

Ana Maria Guimarães Ferreira

Queria saber do outro depois do término do romance. Mas tinha medo.
Será que ele ja estava com outra?
Sera que ainda gostava de comer pizza, de comer cerejas e pessegos?
Sera que perdeu o tesão pela net? Pelas salas de bate papo?
Será que engordou? Ou emagreceu?
Será que desistiu dos sonhos ? Ou será que tinha novos sonhos?
Será que ele ainda sonha com a casa no campo?
Ou será que já prefere a praia?
Será que não mais gosta de imaginar-se velhinho na cedeira de balanço ao seu lado?
Ou será que prefere ficar sòzinho no sofá restelado?
Será que agora sonha com plásticas , botox para ficar mais novo? E assim desistir de querer envelhecer...
Ou será que continua sendo aquele que envelhece sem ninguém perceber?
Será que ainda gosta de bolinhos de chuva ou não quer mais frituras?
Será que os jornais ainda moram no chão do banheiro e as toalhas de banho em cima da cama molhadas?
Ou será que agora esta cheio de manias e dobra todos os jornais, guarda-os empilhadinhos e as toalhas secam no varal?
Será que ainda coleciona todas as coisas que acha na rua e que ainda imagina que poderão um dia ser úteis ou será que mora numa kitinete onde não tem espaço nem para velhas lembranças?
Será que mantèm aquele ar grisalho no cabelo que dava tanto charme ou será que usa Crecin para pintá-los e assim estaria muito esquisito?
Será que ainda sabe mentir daquela forma doce de dizer que voce esta linda mesmo quando voce acabou de acordar com a cara ainda amassada pelos lençóis?
Ou será que agora só diz verdades achando que não quer mais agradar ninguém?
Será que ainda gosta de jogar buraco, de rir, de gargalhar gostoso ou será que agora só joga paciência no computador?
Como será que você está?
Como será que eu estou?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Carta de uma mulher madura apaixonada






Meu querido,

Quero que saibas mais sobre mim por isso te conto um pouco mais da minha história.
De repente você deixa de ser aquela pessoa que teve uma vida como todos: amor, casamento, família, filhos e repentinamente, você esta sozinha.
Casamento que se desfez, família que esta cada um num lugar do mundo, filhos que se casaram e você sozinha, pensando em como era bom quando você tinha alguém para dividir os sonhos, filhos pequenos que faziam você sonhar em como seria o futuro deles...
Vem a tristeza, um sentimento de vazio preenchido com os amigos que ligam e convidam para sair, viajar. Mas falta algo, falta o amor profundo, o amor maduro e ao mesmo tempo irresponsável, aquele que dá sem cobrar, aquele que preenche sem faltar.
De repente, você recebe a notícia que há muito esperava – a chegada de um novo amor. Alguém que vai mexer com o seu coração, com seus sentimentos. Alguém que você vai amar sem limites. Um amor que não corrige erros como o amor dos pais. Um amor sem cobranças que não é como o dos amantes – um amor que não sufoca, um amor que alivia, um amor que é ternura pura.
A expectativa de conhecê-lo é grande demais. As esperanças são enormes. O desejo quase explode dentro do peito.
Antes mesmo de conhecê-lo você se preocupa com ele. Vê fotos não tão nítidas e se percebe amando-o mesmo sem conseguir vê-lo ainda, sem saber como ele é.
Mas não é um amor cego – é um amor incondicional.
Quer comprar para ele o mundo. Quer comprar para ele as roupas mais lindas que existirem, os presentes mais caros. Quer cobri-lo de beijos, de abraços, de ternura, mas teme sufocá-lo.
Tem medo de perdê-lo para as outras, antes mesmo de tê-lo.
Teme que ele não te ame tanto, que se esqueça de ti, que não te queira tanto quando você a ele. Que ele não queira te ver com a freqüência que você quer vê-lo.
Sabe que ele tem outra, mas não desiste. Sua rival apenas vai dividir esse amor infinito. Aliás, você descobre que ele tem outras mulheres em sua vida, outros amores, mas você nem liga, você não desiste.
Desta vez você não se preocupa em dividir; Você o quer de qualquer jeito, mesmo que ele só possa te dar um pouco desse imenso amor que ele tem. Que ele só possa passar contigo alguns dias, que só possa te ver uma ou duas vezes ao ano. Que importa?
Terão telefonemas, terão e-mails, terão fotos trocadas, terá o skype para ouvir sua voz e imaginar como ele esta.
Os sorrisos, os risos ouvidos guardados.
Terá a cumplicidade do aceite das coisas que ele fizer ou disser mesmo que erradas.
Ele saberá que é amado pelo simples olhar da cumplicidade. E terá a compreensão do mundo pelas faltas que cometer.
Terão muitas boas noites ditas com um sussurro apaixonado.
Terá uma pessoa apaixonada que o cobrirá de beijos de abraços apertados e de muito, muito amor.
Quero que saibas que te espero assim. Transparente ou como na música de alma transparente, de coração aberto.
Para finalizar apenas uma coisa: Te amo!

Assinado: sua avó Ana

terça-feira, 7 de abril de 2009

AS DORES DA ALMA E A SAUDADE


Ana Maria Guimaraes Ferreira


Existem muitas formas de se sentir as dores das perdas de amores : o amor do amante, amor da mãe, amor do amigo, amor do filho... são tantos que paginas inteiras seriam necessárias para se colocar aqui essas dores e os tipos delas.
Muitas vezes sentimos a dor da perda de todas as relações: quando perdemos o amante que nos trazia sentimentos tão doces.
Quando o filho que tanto amamos parte para lugares tão distantes que temos a nítida sensação de que nunca mais o teremos, que nunca mais faremos parte do seu coração.
Quando ele cresce e com as asas de anjo, nos deixa e vai construir seu novo ninho e lá abrigará seus filhotes. Parece que ele voará e nunca mais voltará. É o que dizem ser a síndrome do ninho vazio.
Quando o amigo que tanto estimamos, se torna injusto, cruel e que deixa de gostar de nós e se vê como um inimigo não nos dando a chance de mostrar o quando ele esta errado em nos deixar ir.
Olhamos para trás e lembramos-nos das vezes em que juntos superamos obstáculos, erguemos do chão as mágoas e dores de cada um. Quando lembramos o quanto o amamos, quantas vezes o perdoamos e quantas vezes procuramos ser justos...
Quando a mãe que amamos nos deixa desamparados e sós e parte para outro plano e temos a certeza de que nunca mais a veremos, nunca mais teremos seu colo amigo, suas palavras reconfortantes, seu abraço eloqüente,...
Só lembramos-nos das cores fortes do arco-íris que ela pintava para nossos olhos.
São dores tão fortes. São as dores que nos obrigam a ver que nunca mais teremos o outro ou que será difícil o termos de novo do jeito que era.
Nosso amor parece que fica embrulhado num pedaço de jornal velho e rasgado cheio de noticias dos tempos que vivemos... cheios de saudades.
Não conseguimos ver mais nada, não enxergamos nada. O escuro se abate sob nossos olhos e só enxergamos a escuridão. Parece que nunca mais o sol vai brilhar, parece que o tempo se estica cada vez mais e fica mais e mais comprido, aumentando assim a distancia que nos unia...
E dá uma saudade doída, uma saudade que corrói, que machuca, que dói.
Uma saudade de querer ver de novo, de querer sentir bracinhos infantis a volta do nosso pescoço, de braços adultos que nos fazem sentir seguras e protegidas, de mãos amigas que nos ajudem a levantar quando caímos e machucamos e que curam a dor tão doida, que curam a ferida sentida...
Uma saudade tão grande que machuca como um punhal que corta em pedaços o nosso coração.
As dores são muitas, mas todas doem profundamente e deixam marcas que nem o tempo destrói...
Dores do corpo, dores na alma. Feridas no coração que sangra e que nunca estanca o sangue.
Saudade da poesia do amor do amigo, do amante, da mãe. do filho........saudade só saudade...

domingo, 5 de abril de 2009

A ARTE DE SER AVÓ

Este texto de Raquel de Queiroz é tão lindo e tão maravilhoso que não pude deixar de colocar aqui em homenagem a essa grande escritora e para que todos os netos do mundo possam entender o amor de avó.

A ARTE DE SER AVÓ
Quarenta anos, quarenta e cinco. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
Aliás, desconfio muito de que netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos. Se o Doutor Fausto fosse avô, trocaria calmamente dez Margaridas por um neto...
No entanto! Nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do neto. Não importa que ela hipocritamente, ensine a criança a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha" e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais. No fundo ela é rival mesmo. Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante nos triângulos conjugais. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe banho, veste-o, embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
Já a avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso dos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia. Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café, mexer na louça, fazer trem com as cadeiras na sala, destruir revistas, derramar água no gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser - e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com lápis dizendo que foi sem querer - e ser acreditado!
Fazer má-criação aos gritos e em vez de apanhar ir para os braços do avô, e lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna...
Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós com seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto!
E quando você vai embalar o neto e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz "Vó", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.
E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade.
Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menino - involuntariamente! - bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beicinho pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague.
Autora: Rachel de Queiroz

ROLINHO PRIMAVERA

ROLINHO PRIMAVERA

Ingredientes:

1 dúzia de discos de massa semipronta para pastel:
500g de repolho em fatias finas
300g de cenouras médias em tiras
Sal e pimenta do reino a gosto


Para o molho agridoce:
3 colheres de sopa de catchup
2 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de vinagre
1/2 colher de chá de sal
2 colheres de chá de amido de milho
100ml de água
Modo de Preparo:

1. Inicialmente, leve todos os ingredientes do molho ao fogo e mexa até engrossar. Passe para uma tigela e reserve.
2. Numa frigideira com um pouco de óleo, comece refogando a cenoura.
3. Quando ela estiver cozida, acrescente o repolho e continue refogando até cozinhar.
4. Por último, tempere e deixe esfriar.
5. Pegue a massa e embrulhe o recheio reservado. Proceda da mesma maneira com o restante da massa.
6. À parte, faça uma mistura de trigo com água a fim de passar na última dobra da massa para que não abra no ato da fritura.
7. Frite os rolinhos preparados em óleo bem quente até que dourem e sirva-os bem quentes, com o molho agridoce.
Rendimento: 4 porções

RECEITAS DAS BOAS

Cuscuz de Tapioca com côco.

Ingredientes: l litro de leite,1 garrafa pequena de leite de côco ,açúcar o quanto baste,1 pacote de côco ralado, 1 pacote de tapioca (eu uso a da Kitano, mas pode ser outra) 1 coco fresco ralado, Leite condensado (opcional)

Modo de Fazer

Leve o leite para ferver. Enquanto isso coloque num pirex a tapioca,açúcar a gosto, o côco ralado. Misture tudo (ingredientes secos) Quando o leite ferver, jogue por cima dos ingredientes e acrescente o leite de côco e mexa bem. Coloque um pouco do côco fresco, que você ralou nessa mistura. Abafe com um pano de prato ou uma toalha, enrole bem e deixe em cima da mesa ou de qualquer lugar durante 40 minutos. Após os 40 minutos, retire o pano e espalhe o restante côco fresco ralado por cima

Sirva com ou sem leite condensado.


Eu particularmente o prefiro doce do açúcar, mas no Rio de Janeiro todos gostam com leite condensado em cima dos pedaços na hora de servir. É um doce prático, rápido, econômico . Todos vão gostar!

PS -O CUSCUZ NÃO VAI AO FOGO

Em homenagem a minha amiga ADIR, mando a receita tão esperada do Cuscuz de Tapioca com côco.